A vida continua
As semanas passaram voando. Quem imaginaria que a calma voltaria reinar em sua vida pensou Sarah. Estava em seu apartamento entediada de ver aquele programa matinal. Foi fazer o café, enquanto esperava pela ligação de um escritório no qual fizera uma entrevista de emprego uns dias atrás. O homem do vídeo de segurança do hospital não tinha sido reconhecido, mas agradeceu a Deus por não ter ficado de louca. O processo policial continuava e na justiça já corria um processo pela falta de segurança do hospital.
Agora levava uma vida normal, já tinham se passado 5 semanas desde que saiu do hospital, mas ainda parecia ser como uma aranha, tinha vários olhos, andava na rua e sempre tentava ver se tinha alguém a seguindo. Achava isso normal, depois dos traumas e tinha certeza que logo passaria.
Combinou um fondue para o fim da tarde com Tânia e Fernando. Dedicou o dia a limpar a casa e preparar tudo para o encontro.
Olhou o relógio quando a campanhia tocou, eram 17 e meia. Quando abriu a porta teve uma surpresa. Eles tinham trago um homem com eles. Não costumavam não avisar, mas logo o pensamento passou.
-Trouxemos um amigo de trabalho do Fernando. Mateus, Sarah. Sarah, Mateus.-apresentou Tânia.
-Prazer em conhecê-lo, espero que fique a vontade em minha casa.
-Pode deixar que ficarei. Ah, trouxe um presentinho para tentar me desculpar por vir sem avisar – disse Mateus tirando as mãos das costas e deixando a mostra um vaso com uma orquídea.
-Ah, assim eu nunca vou te chamar, só pra você vir e trazer presentinhos. – disse Sarah rindo.
-Não trago presentinhos só quando sou penetra.-Disse acompanhando a brincadeira.
A noite seguiu nesse clima de brincadeiras, sempre evitando o assunto do mês passado. Cerca de 22 horas, os casais se separaram. Tânia foi com o marido para a sala, deixando os outros dois a sós.
Percebendo o afastamento dos outros, Sarah já começou a ficar vermelha de vergonha. Notando, Mateus pediu para que ela não ficasse assim. Depois de algum tempo de conversa e cada vez os rostos estando mais próximos. Ele a envolveu com seus braços, abraçando-a contra o seu corpo e a beijou como se fosse a última mulher.
Não resistindo aos encantamentos de um homem, muito bem selecionado por seus amigos por sinal, deixou ser beijada. As mãos sentiam o cabelo grisalho e liso passar por entre os dedos. Sentia o abraço dominá-la, ao mesmo tempo em que a controlava, a livrava de qualquer perigo.
As horas seguintes passaram rápidas, até que meia noite quando Sarah foi na sala ver como seus amigos estavam, percebeu que Fernando já estava dormindo no sofá. Silenciosamente, voltou para a cozinha. Mateus estava sem camisa, deixando a mostra um físico escultural, que não parecia ser de um homem de quase 40 anos.
-Não queria expulsá-lo da minha casa, mas Fernando está dormindo. Imagino que eles estejam nos esperando.
-Não acredito, mas eu te ligarei amanhã mesmo. Pode ser?
-Pode, sim. Ficarei esperando.
Deu seus contatos para ele e foi para a sala acordar Fernando. Ofereceu a casa para que dormissem. Mas como o de esperado eles recusaram. Levantaram, agradeceram o encontro e se foram.
Sarah deitou no sofá com o sentimento de solidão novamente. Seus pensamentos começaram a voar. Pensou o quanto era estranho se ver ficando com outro cara. Mas até que não tinha sido tão ruim assim. Sentira tesão por ele, não amor… Mas se os encontros continuassem esperava que isso viesse com o tempo. Caso não viesse, mesmo assim seria bom. Os pensamentos continuaram até que viraram sonhos.